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AmoreSexualidade...

AmoreSexualidade...

24
Jun07

Achei interessante este pedido de Debate!!!

Paula Valentina

ORGASMO É O PRAZER SEXUAL (VULGO GOZAR)
09 DE MAIO - DIA MUNICIPAL DE DEBATE SOBRE O ORGASMO
Esperantina/Piauí, 09 de maio de 2001.


"Não devemos ter vergonha de falar daquilo que Deus não teve vergonha de criar"

Quando apresentei à Câmara de Vereadores de Esperantina o projeto de lei criando o dia de debate sobre o orgasmo, estava determinado a levantar o manto sombrio que esconde o problema grave do silêncio social sobre o tema.
O projeto foi derrotado! Apenas o projeto, não a idéia. As idéias são sempre mais fortes, muitas delas invencíveis.
Apesar da posição dos vereadores da época que votaram contra, hoje estamos debatendo o tema. Vamos tocar na ferida com a maciez das pétalas das flores, porém firmes como os remédios amargos que curam.
O debate é fundamental. A formação machista de nossa sociedade tem criado falsos poderes que dificultam a sensibilidade masculina em perceber que a relação sexual com sua parceira deixa à desejar. O prazer sexual é algo normal, porém muitos casais não chegam mutuamente ao orgasmo por vários fatores. Um deles é o silêncio. O medo de abrir um debate com o(a) companheiro(a) sobre a falta de prazer faz com que o problema se agrave ou se torne, com o tempo, coisa considerada normal, o que não é! Em outros casos, acabam com o casamento e outros tipos de relação.
É preciso falar sobre isto! Muitas relações pessoais se desmoronam por falta de um diálogo sobre este assunto. Na maioria das relações um dos parceiros fica sem o orgasmo e a maioria mulheres. Quanto mais o prazer entre casais for mútuo mais felizes serão. O orgasmo é uma necessidade natural e quando impedido gera problemas. A infidelidade é uma das conseqüências deste fato.
Neste dia (ou noite) é importante que todos os casais façam uma reflexão sobre o seu desempenho sexual. Meu (minha) companheiro(a) tem tido orgasmo? E se ele(a) disser que não, o que farei? Olha, olha bem dentro dos olhos e com todo sentimento inicia uma conversa franca. Onde errei? O que gostas? Como gostas? Quais tuas fantasias? É importante conhecer as fantasias e desejos do(a) companheiro(a). Há quem goste de apanhar e bater (sado-masoquista). Há quem goste de gritar. Há quem goste de carinhos, flores, mel por sobre o corpo. Bem, há gosto para tudo... é preciso conhecer o mundo de cada um(a).
Há problemas físicos e psicológicos que podem ser resolvidos e enfrentados. A impotência e a ejaculação precoce (quando o cara goza ligeirinho) podem ser resolvidos com a ajuda médica e/ou da companheira. O problema maior é não reconhecer que o problema existe. A mulher tem um papel importantíssimo na resolução deste fato. Para o homem sua desenvoltura sexual é socialmente status e intimamente forma de medir poder (besteira, claro!), mas funciona e repercute no seio social machista. A mulher há de ter coragem de dizer que o seu homem não lhe deu prazer. Como dizer isto diante de um tema que é tabu e compromete o poder masculino? Com ternura! É preciso tratar o assunto com amor, com a suavidade do entardecer que nos consola suavemente anunciando que virá a noite. É preciso colocar o tema não como questão de poder, como obrigação, como dever, mas como uma coisa natural que pode sempre ser melhorada. É difícil para o homem reconhecer, mas a cumplicidade do casal e o sentimento supera o silêncio e o medo. É preciso falar.
Neste dia de debate sobre o orgasmo a nossa pretensão é apenas contribuir para que casais possam melhorar a qualidade de vida e alongar o prazer natural que une as pessoas no aspecto sexual. O tabu há de ser maculado e que o racional e o sentimento mútuo nasça com a força natural que pulsa nas veias humanas. Podemos e devemos sair em busca da melhoria de vida que não é apenas casa e comida, carro e luxo, tranqüilidade e paz. Há algo mais que repousa em todos os corpos de ricos e pobres, brancos e negros, grandes e pequenos e que para ser pleno precisa, dentre outras coisas, de sentimento e cumplicidade: o ORGASMO.
Este tema sempre foi debatido por toda a humanidade no silêncio imposto pelo tabu. Os conflitos individuais e inconfessáveis, que não conseguem ultrapassar as muralhas poderosas que cercam o assunto, hoje sentem um pouco de brisa vindo do mundo exterior dizendo que há vida, que é preciso falar, cantar, gritar, sorrir... e gozar sem medo de ser feliz!

VIVA O DIA 09 DE MAIO - DIA DE DEBATE SOBRE O ORGASMO!!!


Com muito prazer ARIMATÉIA DANTAS

24
Jun07

~Sentimento de Desamparo~

Paula Valentina

… “ Mas essa necessidade de acasalamento não terá também a ver com uma coisa inerente à condição humana, o sentimento do desamparo?

É o que estou a dizer, não nascemos para ficar sozinhos. É rara a pessoa que, passado o tempo do luto – e muitas vezes nem é luto, é libertação ou alívio – não queira voltar a partilhar. O desamparo é uma coisa muito forte em nós. E aí os homens são muito mais carentes e dependentes do que as mulheres. As mulheres têm mais prática de estarem sozinhas. Uma das coisas que veio revolucionar este universo das mulheres sozinhas foi as novas tecnologias. Muita gente considera o paradigma da solidão, eu acho óptimo.

As relações virtuais?

Vejo mulheres sozinhas e com um círculo social muito fechado, que à noite estão nos “chats”, onde conseguem partilhas de intimidade enormes.

É compensador?

Acho que sim. Antigamente as pessoas sozinhas iam para os bailes de bairro. Eu vivia no campo Pequeno e, aos domingos, havia um baile num dos clubes mais antigos de Lisboa, que eu e os meus amigos chamávamos o «esfrega». Era para lá que iam dançar os chamados magalas e as criadas, que estavam em Lisboa e não conheciam ninguém. Muitos casamentos aconteceram assim. Estas formas de convívio desapareceram. Acho muito saudável que as pessoas sejam capazes de arranjar as suas redes. Seja lá de que maneira for. A solidão é uma coisa muito pesada.”


José Gameiro, 57 anos, doutorado em Saúde Mental, fundador da Sociedade de Terapia da Família (1978)

Entrevista de Ana Soromenho, in Única, Expresso n.º 1780 de 8 de Dezembro de 2006.

24
Jun07

SOLIDÃO E O DIÁLOGO DE AJUDA

Paula Valentina

           Segundo Rudio, no livro Compreensão Humana e Ajuda ao Outro, “A solidão no sentido estrito não se refere diretamente ao relacionamento com outras pessoas, mas à experiência interior de abandono. O que caracteriza a solidão é a consciência de estar sozinho, mas acompanhada de um sentimento penoso de desamparo e de uma carência premente de alguém que lhe possa dar apoio. Portanto, a percepção de estar sozinho, o sentimento de desamparo e a necessidade de alguém, formam os três elementos constitutivos da solidão, interpenetrando-se e misturando-se. Solidão é o medo de sermos destruídos psicologicamente por nós mesmos.” Em outras palavras, é o medo de constatarmos o quanto estamos distantes do nosso “si mesmo”, ou nossos valores.

           Na relação de ajuda, ou diálogo de ajuda, que o CVV oferece, procura-se suprir justamente essa necessidade que toda pessoa tem de relacionar-se bem consigo mesmo, a fim de orientar-se.

           Damos muito valor à aceitação social e, quando não conseguimos alcançá-la, sentimo-nos afastados, deixados de lado e então surge o medo do abandono, da rejeição e o isolamento.

           O que muitas vezes temos dificuldade de entender, é que nosso maior medo é o de estar a sós conosco mesmos. Se não criamos um mundo interno com um mínimo de “conforto emocional”, fica difícil estarmos entregues a nós mesmos, às vezes com baixa auto-estima, e sensação de inadequação.

           Talvez a “paz interior” tão buscada por todos, seja esta sensação de estar bem consigo mesmo, de ser uma boa companhia para si mesmo, no momento em que falta o outro.

           Rudio afirma que uma das maneiras de vencer a solidão é a procura do próprio aperfeiçoamento: “Quanto mais o indivíduo buscar ser coerente consigo mesmo, ser autêntico, melhor será o relacionamento construtivo consigo mesmo, mais gostará de si de maneira apropriada, maior será a auto-estima e a autonomia, que se tornarão fonte generosa do sentimento pessoal de auto-realização e de produtividade para o mundo.”

           Pode parecer um paradoxo, mas só aliviamos nossa própria solidão, quando estamos abertos a entender que temos mais a oferecer do que imaginamos e nos abrimos para receber uma outra pessoa com aceitação e respeito.

           Conviver alivia a solidão, mas não cura, já que ela sempre fará parte da nossa vida e o que faz toda a diferença de como vivenciá-la (com ou sem sofrimento) é a maneira como lidamos com nossas emoções e sentimentos. O melhor “remédio” é o autoconhecimento, pois só através dele aprendemos a suprir algumas carência internas, como a falta de auto-confiança.

           Dar e receber são processos fundamentais da vida e é preciso antes de tudo, entender que o amor não se manipula, apenas se oferece e a única via de retorno a nós mesmos do amor doado, é a gratificação de estar disponível ao diálogo.

           Acreditar em si e confiar no outro é a chave que abre nosso interior e nos conduz ao processo de vida plena.

22
Jun07

ESTUDO SOBRE AS MULHERES :

Paula Valentina

 
 

 1 aos 5 anos:
 =========
 Não têm a mínima ideia do que são.
 
 5 aos 10 anos:
 =========
 Sabem que são diferentes dos meninos mas não entendem porquê.
 
 10 aos 15 anos:
 ==========
 Sabem exatamente porque são diferentes, e começam a tirar partido
isso.
 
 15 aos 20 anos:
 ==========
 Sabem o que querem ser, porém continuam a ser o que não querem ser, e mesmo assim provocam distúrbios emocionais nos rapazes.
 Nesta fase dividem-se em 4 grupos distintos:
 G1: Tipo difícil (geralmente as bonitinhas);
 G2: Topa tudo (as meigas);
 G3: As Louras (as preferidas);
 G4: As Inteligentes.
 
 20 aos 25 anos:
 ==========
 Esses são os anos dourados; sabem exatamente o que são, e tiram o máximo de proveito disso. Tem uma meta definida e dificilmente o seu alvo será poupado, nada vai atrapalhar a realização dos seus desejos (casar é claro). Nesta fase mudam o perfil de amizades com relação a suas amigas:
 As que são bonitas: Procuram ser muito amigas das mulheres que são piores do que ela.
 
 As que são feias: Procuram ser muito amigas de mulheres bonitas para ficarem com as
sobras.
 
 As que são louras: Tanto faz, afinal elas são minorias e são as preferida pelos homens.
 
 As Inteligentes: Andam com as loiras, para se destacarem intelectualmente.
 
 25 aos 30 anos:
 ==========
 Nesta fase formam 5 grupos distintos:
 G1 : As que casaram por dinheiro;
 G2 : As que casaram por amor;
 G3 : As que não casaram;
 G4 : As que simplesmente casaram;
 G5 : As inteligentes.
 
 Porém todas não se conseguem satisfazerem plenamente, pois as do:
 G1 : descobrem que dinheiro não é tudo na vida, e sentem falta de uma paixão;
 G2 : descobrem que a paixão não é tudo na vida, e sentem falta do dinheiro;
 G3 : Não interessa o dinheiro e a paixão, sentem mesmo falta é de um homem;
 G4 : Não entendem por que se casaram;
 G5 : Descobrem que ser inteligente não é tudo na vida.
 
 Não importa o grupo a que pertencem, a desilusão é evidente e então começam a apresentar os primeiros sintomas de uma doença muito crónica denominada: RDT (Reclamam De Tudo), na qual os homens acabam por ser as maiores vitima dessa paranóia.
 
 30 aos 35 anos:
 =========
 Sabem exatamente onde erraram, ficam sem saída, e num acto de desespero pintam o cabelo de loiro e tentam ser mais burras que o normal.
 Vão para a aeróbica, tentam voltar a ser a menininha, porém o esforço não dá resultado. Cai a auto-estima, o peito, o rabo, a barriga....Agrava-se ainda mais o sintoma RDT(Reclamam De Tudo).
 
 35 aos 40 anos:
 ==========
 Pioram a sua situação. Entram na fase da comparação. Não entendem porque é que as loiras burras tiveram tanto sucesso e elas não.
 Novamente num acto de desespero cortam o cabelo curto, mantendo o
colorido loiro, porém não conseguem evoluir o seu nível de burrice.
 Agrava ainda mais o sintoma RDT (Reclamam De Tudo), e começam a
culpar o parceiro pelas suas frustrações. Procuram ajuda espiritual.
 
 40 aos 45 anos:
 ==========
 Não suportam mais as loiras naturais, principalmente as que se deram bem na vida. Tudo desmorona à sua volta. Agrava-se ainda mais o sintoma RDT e agora estão convictas de que o seu parceiro foi realmente o culpado por tudo o que de mau aconteceu com elas, desprezando totalmente os bons momentos que tiveram na vida.
Abandonam a ajuda espiritual e procuram ajuda médica, com  analistas e cirurgiões plásticos.
 
 45 aos 50 anos:
 ==========
 Chega a nova fase da sua vida, parece que tudo vai ficar bem, graças aos cirurgiões.
 O rabo e a barriga voltaram ao normal, o peito ficou melhor do que era e explode uma paixão pelo analista. Acha que ele é a única pessoa que conheceu durante toda sua vida que a entende, e tem paciência quando conversa com ela. Porém esquece que o analista conversa com ela somente 1 hora por semana e cobra 7Cts, enquanto o seu parceiro atura as lamentações, o mínimo 40 horas por semana e ainda tem um gasto de aproximadamente 280Cts por mês.
 
 Após os 50 anos:
 ===========
 Começam a ter comportamento diferentes e bem definidos porém continuam com o
 RDT até o fim dos seus dias...
 E para os homens "HAJA PACIÊNCIA para suportar tudo isso".
 
 Dados Sobre a Pesquisa:
 ===========
 As pesquisa foi realizada num grupo muito pequeno de mulheres, pois
afinal de contas são todas iguais.

21
Jun07

Amor e seus mistérios

Paula Valentina

Nunca é demais falar de amor, principalmente num mês tão propício como junho. O ar fica diferente. É como se o cupido estivesse trabalhando em dobro, soltando suas flechas e fazendo com que cada pessoa encontre, nem que seja por um curto período, a vontade de estar ao lado de outra. Há também aqueles encontros que acabam se tornando eternos. Quando a mágica do amor aparece tudo muda: as pernas tremem, a boca fica seca, falta ar para respirar, o coração acelera, surge a excitação e quando nos damos conta duas pessoas passam a ser uma. O amor é capaz de tudo, de fazer perder a identidade, de querer desafiar o mundo em prol dele, de abrir a guarda para a chegada de outra pessoa, de deixar bobo, de alegrar a vida e passar a dar valor a cada detalhe que ela oferece. Ainda está para nascer uma pessoa que diga, de peito aberto, que não conheceu o amor e suas armadilhas. Quem nunca sofreu por amor e acabou achando que ele jamais voltaria a aparecer fechando as portas, janelas, saídas e entradas? Pois bem, ele não pede licença, não escolhe sexo, cor, credo, momento, simplesmente ele aparece e ninguém nunca pode dizer que está preparado para recebê-lo, até porque ninguém sabe o que vem pela frente. Vamos embarcar nessa matéria que preparamos para os que acreditam e também para os que não acreditam nessa coisa misteriosa chamada Amor.

Substâncias / Você Sabia?
Segundo pesquisadores existem três substâncias responsáveis pelo amor: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Essas substâncias químicas são todas relativamente comuns no corpo humano, porém são encontradas juntas apenas durantes as fases iniciais da paixão. Com o tempo o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos e toda a loucura da paixão vai se acalmando gradualmente. Pasmem! Os homens parecem ser mais susceptíveis a ação das substâncias responsáveis pelas manifestações associadas ao amor: eles se apaixonam mais rápido e facilmente que as mulheres. Cientistas conhecem a feniletilamina há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la ao amor.


Astrologia do amor
Não tem jeito. Quando se conhece alguém as perguntas são sempre as mesmas: o que você faz? Onde mora? O que faz na vida? Qual é o seu signo? E a gente fica querendo saber se o signo tem compatibilidade com o nosso e verificar as personalidades através dos astros nos níveis emocional, afetivo, sexual, intelectual, no jeito de ser, de agir... Gêmeos combina com Leão? Será que Peixes dá certo com Escorpião?  Veja onde você se encaixa:
Fogo (Áries, Leão e Sagitário): não importa se homens ou mulheres, nativos desse elemento são sempre amantes da natureza. Detestam ser comandados, se entendiam junto à pessoas. Tem uma força vital incrível quando estão bem. Normalmente se apaixonam facilmente. A lealdade para esses signos é mais espiritual do que física.
Terra (Touro, Virgem e Capricórnio): são auto-suficientes, práticos, realistas, constantes (menos Virgem) e leais. Quando resolvem ficar com alguém, é a sério. Não se sentem muito atraídos por casos rápidos. São sensuais, sendo que Virgem é pouco mais cerebral e controla mais a espontaneidade.
Ar (Gêmeos, Libra e Aquário): de todos os signos desse elemento, Libra é o mais romântico, Aquário o mais liberal é Gêmeos o mais aberto às mudanças. Mas todos são suficientemente esclarecidos e querem sempre saber mais, aprender - de forma superficial ou não - e trocar idéias. Quando se comprometem com alguém, é porque encontraram um canal de comunicação interessante.
Água (Câncer, Escorpião e Peixes): amantes, românticos, apaixonados até o limite de sua própria vida, os signos de água querem sentimento, intensidade e intimidade. De todos, Escorpião é o mais determinado no amor, Peixes o mais misterioso e charmoso e Câncer o mais maternal.
 

Pode ajudar
Quando o amor pega de jeito:
Se permita ser carinhoso.
Homens abrem a porta do carro para outros homens, assim como mulheres abrem para outras mulheres.
Jantar a dois sempre funciona. Nada de ficar levando para festinhas com amigos na fase inicial. Aproveite a paixão que está acesa.
Nada de ficar levantando bandeiras e dizendo que o maior barato é ficar brincando embaixo da enorme bandeira do arco-íris nas Paradas do Orgulho que rolam pelo país. Não seja tão franco logo na primeira saída. Franqueza demais assusta. Deixe a pessoa conhece-lo aos poucos. Isso causa um certo mistério e o fogo da paixão tem longa durabilidade
Seja companheiro. Procure dividir a conta do jantar ou do almoço. Se não tiver grana para ir aquela restaurante classe A, fale francamente e com certeza o lanche no McDonald`s será um sucesso!
Logo nas primeiras semanas dá logo aquela vontade de morarem juntos. Antes de falar ou partir para tal, faça um teste fazendo viagens curtas. Observe tudo: a maneira que a companhia arruma a mala, como se comporta no quarto, seus hábitos e por aí vai. Pode não parecer mais isso ajuda muito a descobrir o que vem pela frente.
Músicas sempre pontuam as relações. Procure não ser chato e impor somente o seu gosto. Veja o que parceiro gosta e divida.
Dê presentes, de acordo com sua posse, quando ele (a) menos esperar. Além de surpreender, dá um molho a mais à relação.
Nada de ficar reclamando do patrão, da secretária... Isso cansa e o que vale realmente na fase inicial é a vida intima de vocês
Nada de querer modificar a pessoa e fazê-la ser do seu jeito. Respeito é bom e todo mundo merece.
Sexo é bom e todo mundo sabe disso, porém com preservativo. Sempre!

O primeiro jantar
Se você mora sozinho e quer impressionar seu parceiro (a) as dicas abaixo vão ajudar bastante você sair bem na primeira incursão à cozinha e todo o clima que a noite precisa. Pesquisamos e descobrimos algumas dicas bem interessantes para o primeiro jantar. Afinal de contas, a primeira vez a gente nunca esquece;
Deixe a casa totalmente harmonizada com incensos, velas e flores, porém sem excesso. Procure deixar seu parceiro (a) totalmente à vontade. Nada de impor regras. Cada um tem seu jeito próprio de agir;
Procure colocar uma boa música. Evite os batidões eletrônicos, funk, axé...
 
Não tente fazer o que não sabe, em nenhuma hipótese: não tente cozinhar o que não sabe. Não tente escolher comidas que não conhece nem experimentar combinações loucas. Isso colocará sua naturalidade a perder;
Nada de ficar falando dos antigos amores, transas e performances. Isso pode assustar;
Modere-se. Não vá, logo no primeiro dia, revelar que você é um glutão. Não se embebede, nem coma tanto que tenha que arrotar. Saia da mesa com um pouco de fome e apenas ligeiramente alto;
Prefira comidas leves. Rabada com polenta, feijoada, mocotó são pratos que devem ser evitados na primeira refeição a dois. Se tudo der certo você fará exercícios depois, e ninguém quer que você troque a ordem dos pratos principais;
Não fale com a boca aberta, cheia de comida. Não use a bebida para ajudar na deglutição. Não use palitos.

Se o primeiro encontro romântico será num restaurante é bom seguir algumas pequenas dicas:
Controle sua fúria: o mínimo de etiqueta convém. Seja gentil. Sirva-se depois, coma depois, sente-se depois. A única coisa que você faz antes é perguntar.
Nunca trate mal os garçons: aliás, nunca trate mal nenhuma pessoa que o estiver atendendo. Essas pessoas o servem e ser servido é uma honra. Nada contra certa intimidade quando você conhece o lugar, desde que fique claro que a situação presente é diferente das demais. Se você destratar um garçom, vai parecer um imbecil capaz de destratar qualquer pessoa. Ninguém dorme com imbecis se o descobrem imbecis a tempo;
Não se apresse: não corra, não peça comida tão logo chegue ao lugar, não se insurja contra a demora no atendimento. Use-a a seu favor. Não queira encerrar tudo rapidamente, peça sobremesa com calma e desfrute-a. Tome o café. Se seu companheiro (a) não estiver com pressa, vai adorar. Se estiver, vai adorar mais ainda.

A primeira vez
Mesmo sendo inevitável é bom dar um tempo no pensamento de como vai ser a primeira transa. Ninguém precisa se mostrar que é expert na cama. A primeira performance sempre marca, mas tem que ter a noção que outras estão por vir e podem ser melhores do que a primeira. Ativo ou passivo? Essa pergunta constrangedora fica martelando a cabeça por todo o tempo até a hora da revelação na cama. Não importa o que cada um é. O que vale é sentir e dar prazer na mesma intensidade. Qual o problema em ser passivo? Muitos confundem e desprezam achando que essa posição na cama é sinônimo de inferioridade. E tem também aqueles que juram de pés juntos que na cama são ativos e que nunca ficaram na posição de passivos. Só que com o tempo, a relação vai caminhando para algo mais concreto e todos vão descobrindo as formas de amar e vão quebrando suas barreiras fazendo do sexo o prazer e a liberação total. Como estamos falando da primeira vez é melhor deixar esses questionamentos para uma outra matéria. Aproveite bem as preliminares. Não tenha medo de se expor: brinque com o sexo do seu parceiro (a) e aproveite o que ele pode oferecer. Nada de ficar reprimido. Se você tem uma barriguinha protuberante não se esconda. Se você quer dar continuidade à relação, apresente-se da forma que você é. Se seu pênis é pequeno, paciência: você não tem culpa de ter vindo ao mundo dessa forma então o que fazer: se mostre e haja naturalmente. Com certeza ele é capaz de fazer misérias como outro qualquer. O que não pode ter de jeito algum: falta de higiene. Isso é brochante e ninguém merece.  

 

Crônica de um amor louco
Rio de Janeiro, cenário típico para o nascimento de grandes amores. E foi diferente para Paulo e João. Em pleno Centro da cidade eles se conheceram e a partir daí não se separam. Eles não vivem juntos e nem tão pouco mantém uma relação digamos de namoro, mas entre eles existe algo inexplicável que beira a loucura e a obsessão, não conseguem se largar e vivem um verdadeiro tormento. Nos jogos de cartas e búzios a relação está sempre associada ao Karma que ambos carregam por não conseguirem se separar, mas para João o Karma acabou se tornando uma praga que não consegue desvencilhar. Quando vão para uma balada eles fumam um baseado, brincam, dançam e voltam para suas casas felizes como duas crianças. A música pontua a vida dos dois. Cada frase de uma canção marcante acaba sendo um dom muitos fragmentos que se juntam a um emaranhado de palavras formando a história de ambos. “Entre eles existe a notícia que os separa”. Entre tapas e beijos eles caminham em vidas opostas e não sabem o que realmente sentem um pelo outro. Será amor? Pergunta Paulo ao amigo confidente. A resposta é direta: segue a sua vida, ele não tem nada para te oferecer. Contrariando a todos, desafiando os búzios, aos santos e o que mais se opuser Paulo abre mão de tudo e continua a sua jornada. O que a vida pode oferecer para eles? Acho que ninguém sabe, nem mesmo eles. Entregam-se a esse jogo de vida e morte e desafiam o amor e todas as formas que existe de amar. Entre eles o mistério está sempre rodeando e cada um tem medo do próximo instante e da calmaria que o amor propicia. Esse texto nada mais é uma crônica de um amor louco, que não é tocado, somente é sentido. Ambos adormecem no meio de um fogo cruzado, com balas pipocando no céu e estilhaçando janelas, paredes, corações deixando um vazio na cama, na alma. Aqueles dois se revelam como nada tivessem que oferecer um ao outro. São dois rostos na multidão querendo clemência, orando e pedindo aos deuses um amor verdadeiro. Eles têm um ao outro mesmo sem saber a cor do sexo, do beijo, do abraço. Abrem mão da tentativa do amor com medo do próximo momento e do futuro. Mas o que é o futuro? Eles não sabem e será que um dia vão saber? Paulo e João vão tocando as suas vidas. Um num escritório de advocacia vivendo entre o fórum e o escritório e o outro adestrando e dando banhos em cachorros num pet shop. Durante todo o dia eles se falam como dois amantes apaixonados e cobram decisões como se vivessem aquela relação intensamente. Ao anoitecer, cada um vai para as suas casas e após o jantar vão para janela olhar a cidade de cima analisando cada casal que passa em baixo de seus prédios com uma ponta de inveja, querendo estar ali vivendo nem que fosse por alguns minutos aquele amor, mesmo que fosse louco.

 

Para assistirem juntos:
Diário roubado
Aimé & Jaguar
Delicada atração
Maurice
Essa estranha atração
O beijo da mulher aranha
Morango e Chocolate
O fiel camareiro
Fome de viver
Deuses e monstros
Morangos mofados

 

 

 

 

“... Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria...”.

“... Um doce descascado pra mim, eu guardo pro fim pra poder demorar. Uma grande história é assim: dois homens apaixonados”.

“... Não dá mais para segurar. Explode coração”.

“Deixa o ciúme chegar. Deixa o ciúme passar. E sigamos juntos. Oh! Neguinha. Deixa-me gostar de você”.

21
Jun07

Orgasmo Masculino: prazer em conhecê-lo!

Paula Valentina

Sempre pensei no orgasmo masculino como um jato de esperma. Quando se desconhece detalhes sobre alguma coisa, geralmente limita-se esta “coisa” apenas àquilo que se pode “ver” dela. Ao iniciar meus estudos autodidatas sobre a sexualidade humana, fiquei surpresa ao me deparar com tantos detalhes curiosos que envolvem o funcionamento do nosso corpo, bem como o processo de descoberta dessas funções ao longo da história da humanidade. Sobre o orgasmo masculino, o que mais me surpreendeu foi saber que, ao contrário do que muita gente pensa, ejacular e gozar (ter orgasmo) são dois processos independentes. A ejaculação é um processo mecânico, mediado por um hormônio chamado adrenalina, enquanto o orgasmo é uma descarga de sensações mediada pela acetilcolina.
Vamos trocar tudo isso, por palavras de “mortais”. É possível e comum que os homens ejaculem e gozem simultaneamente, mas os dois acontecimentos são isolados um do outro, ou seja, um homem pode ejacular sem ter orgasmo e pode ter orgasmo sem ejacular!! Não é maravilhoso? E é uma pena que muitos ignorem esta possibilidade, pois isso significa que o orgasmo masculino não é assim tão limitado quanto pensam alguns... Aquela história de “depois que gozar/ejacular tem que descansar um pouquinho até conseguir nova ereção e, conseqüentemente, novo orgasmo”, perde a validade e isso é uma boa notícia não somente para os homens, mas principalmente para as mulheres que ficam de mãos no queixo (?? Eu particularmente escolheria outro lugar para pôr as mãos), enquanto o “coitado” descansa.
A ejaculação pode ocorrer durante o sono, sem qualquer estimulação erótica, ou diante de uma situação de pânico, susto, stress, quando ocorre uma forte descarga de adrenalina no organismo. Por sua vez, o orgasmo sem ejaculação ocorre geralmente com mais freqüência em adolescentes, ou meninos que ainda não tiveram sua primeira ejaculação, ou ainda em homens mais velhos ou que sofreram cirurgia da próstata. Vocês devem estar se perguntando: e os outros não podem gozar sem ejacular? Claro que podem. É tudo uma questão de hábito, de cultura. O homem ocidental aprendeu a associar sua masculinidade à ejaculação, por isso para a maioria deles o sexo se resume em ereção/ejaculação deixando, portanto, de experimentar infinitas outras possibilidades de prazer. No Oriente, existe uma cultura diferente com relação ao orgasmo masculino. Lá, os meninos aprendem desde a puberdade, que só é necessário ejacular quando se pretende engravidar uma mulher. Aprendem também que ejacular causa a perda da ereção naquele momento, provoca a exaustão física deixando o homem impossibilitado de continuar o exercício sexual que estava praticando, bem como de alcançar outros orgasmos em seguida. Os chineses sabem disso há mais de 3.000 anos. Na Índia, a literatura tântrica discute o assunto detalhadamente. Aqui no Ocidente algumas obras científicas sobre o assunto já podem ser consultadas. Você pode ler mais sobre este assunto no livro O Orgasmo Múltiplo do Homem, Mantak Shia e Douglas Abrams Arava, Ed. Objetiva, 1996.
O certo é que devemos estar sempre dispostos a aprender sobre sexo, pois com relação à este assunto nosso conhecimento ainda deixa muito a desejar.

15
Jun07

O amor move o mundo e o sexo move o amor.

Paula Valentina

Esse é um jogo de encontros e desencontros. Um puzzle essencial para a vida. Um arrebatamento que cega os apaixonados, que impulsiona os enamorados e que requer arte para manter viva a chama que a rotina e as atribulações do dia-a-dia se esforçam por apagar. Trata-se de um mistério tão fatal como o mito grego do enigma da esfinge – “decifra--me ou devoro-te” – que destroça quem não o conseguir alcançar e compreender. Ou quem prefira deixar o azar encarregar-se do destino da sua paixão. É que o amor pode perder-se se o descurarmos.

Teresa, de 35 anos, ainda se lembra dos primeiros tempos, quando começou a namorar Paulo, o seu marido. Na altura pensava que não era exactamente paixão o que sentia, pois achava que vivia um amor sereno. Mas hoje, voltando atrás no tempo, recorda-se claramente do sabor apimentado do jogo de sedução, o bater do coração cada vez que os seus olhares se cruzavam, a excitação em lembrar e relembrar cada breve conversa que tinham tido e a vontade que sentiam em estar sempre juntos. “Vivíamos num mundo à parte, só nosso. Estávamos juntos dias inteiros e custava-nos a separação. Tanto que, mal começámos a namorar, fomos logo viver juntos. Ele era o homem com quem tinha sempre sonhado e não tenho dúvidas de que eu também era a mulher que Paulo tinha idealizado para ter ao seu lado”, recorda Teresa.

Curar um mal de amor

Uma paixão não correspondida pode despertar o pior que há em nós. E pode durar toda a vida se não fizermos nada. Para a investigadora Helen Fisher, autora do livro Why We Love, o segredo está em tratar o mal como se trata um vício. E recomenda:

l Não lhe telefone ou escreva cartas ou e-mails
l Livre-se das cartas e objectos que lembrem a outra pessoa
l Não se sente para ouvir música. Mexa-se!
l Descubra novos interesses com velhos amigos
l Conheça novas pessoas
l Mantenha-se ocupada
l Pratique exercícios
l Apanhe sol

A paixão deixa-nos num estado similar ao da adição. Foi o que constatou o estudo publicado recentemente no Journal of Neurophysiology liderado pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Rutgers, de Nova Jersey. A investigação esmiuçou – através de ressonância magnética – os circuitos cerebrais de um grupo de homens e mulheres que estavam perdidamente apaixonados, todos a viver relações recentes. O objectivo era ver quais as áreas do cérebro envolvidas e quais os processos biológicos da paixão.

No início, Fisher e a sua equipa pensavam que este tipo de amor, ao qual chamam amor romântico e que caracteriza a fase de exaltação e mesmo obsessão em que se encontram os apaixonados, era apenas uma emoção. Mas o estudo que realizaram foi capaz de determinar que se trata na realidade de um impulso, um impulso básico de acasalamento, que envolve duas áreas muito primitivas do cérebro, zonas que integram os sistemas de recompensa e motivação. Assim, este amor romântico é um instinto como o maternal ou como o impulso sexual – sendo que a paixão é muito mais poderosa e difícil de controlar do que o impulso sexual.

A paixão é como uma droga. A sua química envolve a dopamina, um estimulante natural. Em níveis elevados, esta substância leva a uma forte motivação, a uma atitude extremamente focalizada e a comportamentos dirigidos a objectivos bem determinados. A dopamina está associada à excitação, assim como a níveis elevados de ansiedade e medo. A cocaína, o álcool, a nicotina e a morfina, por exemplo, são drogas que elevam os níveis de dopamina. “Todas as dependências têm uma infra-estrutura dopaminésica.” E depois, como Helen Fisher indica, no amor romântico há uma baixa da serotonina. “E quando isto se apresenta”, explica o psiquiatra e sexólogo Francisco Allen Gomes, “temos todos aqueles fenómenos característicos: o só estar bem quando se está ao pé da pessoa amada, a perda do apetite e do sono, o emagrecimento, o facto de obsessivamente rememorar todos os passos que deram, guardar tudo.”


No consultório

Que motivos levam os portugueses a uma consulta de Sexologia?

l Os homens são movidos pelos grandes temas da sexualidade
l Os que mais procuram as consultas fazem-no por problemas de ejaculação prematura
l A disfunção eréctil é preocupação mais frequente entre os homens mais velhos. Muitas vezes querem contrariar a sexualidade correspondente à sua idade. E contam com bons medicamentos para ajudá-los
l A falta de interesse sexual é a terceira fonte de preocupação para os homens
l A grande maioria das mulheres busca as consultas de Sexologia por falta de apetência sexual
l A dificuldade em alcançar o orgasmo é a segunda preocupação entre aquelas que buscam apoio especializado

E há uma altura certa para que a paixão aconteça? Para Allen Gomes, que é também autor do livro Paixão, Amor e Sexo (Publicações Dom Quixote), é possível identificar alguns estados psicológicos prévios que podem levar algumas atracções a transformarem-se em paixão. É o caso “dos estados de tédio, aborrecimento, falta de realização e falta de satisfação com o dia-a-dia, num terreno que depois proporciona o aparecimento de fantasias, da idealização de uma relação e da idealização de alguém”. O facto de a pessoa estar a viver o fim de uma relação, de ficar magoada, ferida e, ao mesmo tempo, haver um forte desejo de ter uma relação diferente é outra hipótese apontada pelo especialista como terreno propício ao aparecimento da paixão.

As relações nascem das formas mais variadas. Podem surgir a partir de uma amizade, de um conhecimento ou podem ser o passo seguinte a uma aversão inicial que inclusive afastou inicialmente as duas pessoas. Mas o amor à primeira vista é sem dúvida o que mais encanta os clássicos românticos. Para Francisco Allen Gomes, isto nada mais é do que pura atracção sexual. “Vocês viram uma pessoa, não sabem quem é, nunca falaram com ela, não sabem se é bom, se é mau, se se coaduna ou não, se vale ou não a pena. Entretanto, tiveram a percepção: este é o homem da minha vida. Isso é sexo! É uma atracção física. Depois, a partir deste fenómeno de atracção, pode haver uma continuação e aparecer o estado de paixão.”

Mas a escolha do parceiro tem mais a ver com aquilo que vamos construindo à medida que crescemos. É o resultado das nossas experiências pessoais, do que aprendemos com os nossos pais, daquilo que nos marcou ao longo do nosso desenvolvimento, do ambiente que nos envolveu e dos valores que nos foram transmitidos. Enfim, milhões de infinitos aspectos que, reunidos, nos levam a escolher uma pessoa e não outra.

Na realidade, andamos à volta de pessoas como nós e muitos tendem a apaixonar-se por pessoas do mesmo grupo étnico, social, religioso, educacional e económico. É o que sugere Helen Fisher.
E hoje já não buscamos o homem ou a mulher ideal. De acordo com o sociólogo britânico Anthony Giddens, o que as pessoas procuram agora é a relação ideal. Um estudo realizado por um chat espanhol de encontros, da Internet, chegou à conclusão de que as pessoas, mais do que de uma paixão, estavam à espera de alguém com quem de facto tivessem uma relação ideal. Alguém com quem pudessem conversar e dialogar. De acordo com os investigadores espanhóis, afinal não são os extremos que se atraem, o que se quer é a alma gémea.

Para Francisco Allen Gomes, encontrar a pessoa ideal na Internet pode ser traiçoeiro. “Enquanto estão no espaço virtual, a pessoa em questão pode ser ideal. Depois, quando chega a altura de passar para o real, pode acontecer como acontece todos os dias, ou seja, a pessoa pensar: ‘Este tipo é fantástico, formidável... eh, pá!, mas não tem química.’ Quantas vezes se diz isso? E vamos ter química logo por aquele que não interessa...”

As mulheres e o sexo

A vida sexual da mulher pode dividir-se em três fases: adolescência, idade reprodutora e menopausa. E as alterações da sexualidade são diferentes em cada uma destas fases. É o que explica a ginecologista Maria do Céu Santo.

l Estas alterações da sexualidade dividem-se em quatro grupos: desejo, excitação, orgasmo e dor genital
l Na adolescência, o desejo, o orgasmo e a dor vaginal podem estar alterados.
O desejo, por histórias desagradáveis em relação ao acto de fazer amor; o orgasmo, porque sendo essencialmente por estimulação directa ou indirecta do clítoris, é por vezes difícil a sua estimulação, com penetração, devido à falta de prática; e a dor vaginal, por secura: “A excessiva lavagem contribui para que esta região fique demasiado seca”
l Na idade reprodutora, o desejo é o mais afectado. É frequente a mulher afirmar que não lhe apetece
l Na menopausa, o orgasmo pode estar alterado, aumentado ou diminuído, dependendo das mulheres. Como há uma atrofia, às vezes a gordura, o tecido adiposo reduz, e as terminações nervosas ficam mais à superfície, o que pode aumentar a intensidade do orgasmo em cerca de 20 por cento das mulheres.
Em 80 por cento, como o colagénio e o clitóris atrofiam, têm diminuição do orgasmo e podem sentir dor genital. Hoje em dia, existe a terapêutica hormonal de substituição (estrogénios e tibulona), ou isoflavonas

Transformar os amigos em paixões seria a situação ideal, na opinião do sexólogo. “Muitas vezes estas relações de amizade, a certa altura, têm componentes eróticas que voluntariamente as pessoas reprimem, com medo de estragar a amizade”, explica Allen Gomes. “Aquelas relações óptimas que às vezes se estabelece, de grande intimidade, cumplicidade e de grande prazer de estar com o outro, se ganham uma componente erótica, podem dar origem a uma grande relação amorosa.” As mulheres conseguem mais facilmente erotizar uma relação de amizade do que os homens. “Provavelmente porque valorizam muito todo o aspecto de comunicação, de intimidade, o acto de conversar, de falar sobre elas, sobre os seus sentimentos e de ouvir falar sobre os sentimentos do outro. E isso, a certa altura, pode criar um estado interno muito rico”, sublinha o especialista.

Na verdade, a química da paixão analisada no estudo de Helen Fisher activa diferentes partes do cérebro do homem e da mulher. No cérebro feminino, as partes mais envolvidas são as relacionadas com as emoções e com a memória. A antropóloga americana encontra explicação no facto de a mulher, desde os primórdios, não só ter dado à luz como ter sido a principal responsável pela sobrevivência dos filhos. Ela e a criança precisavam de protecção e sustento. Assim, o que era conveniente era escolher o parceiro com base na lembrança do que este lhe deu, proporcionou e prometeu no âmbito da segurança e sobrevivência. Nos homens, por sua vez, a actividade principal passa-se nas áreas do cérebro associadas ao estímulo visual e à erecção do pénis. De acordo com Helen Fisher, o homem ancestral precisava assegurar-se de que a mulher era jovem e saudável, capaz de gerar descendentes.

E o estudo mostrou ainda que os homens se apaixonam mais rapidamente do que as mulheres.

Mas o entusiasmo da paixão não dura muito. Nem pode durar. É extremamente desgastante e seria física e intelectualmente insustentável se se prolongasse indefinidamente. “A paixão dura, em média, de 6 meses a 2 anos, se for correspondida. E depois vira amor ou pesadelo. Porque, às vezes, o príncipe por quem nos apaixonámos vira sapo. E vice-versa. O que é preciso é saber fazer a conversão da paixão para o amor”, comenta Maria do Céu Santo, ginecologista, membro da Sociedade Portuguesa de Andrologia.

“Enquanto a temperatura está alta, as diferenças entre os apaixonados são perfeitamente arrasadas”, observa Allen Gomes. “Depois, quando a água começa a assentar, as diferenças começam a aparecer e, com elas, as primeiras desilusões, os primeiros desencantos.” E não é a pessoa que temos na nossa frente que muda, nós é que mudamos quando a tempestade da paixão aplaca. Quantos romances não vemos terminar quando passa o entusiasmo inicial? Basta folhear as revistas do coração para ver. Há mesmo quem não consiga abrir mão da excitação da paixão, saltando de romance em romance enquanto estes são puro êxtase. Estefânia do Mónaco que o diga!

Passar de paixão a amor nem sempre é um acto fácil. “Penso que este é o grande momento. E daí eu dar uma grande ênfase ao sexo. Ao sexo na sua perspectiva rica, como erotismo, como uma coisa elaborada, e não propriamente o sexo que acompanha a paixão, pois todo ele é eminentemente físico, tempestuoso, e não há tempo para o próprio erotismo. Portanto corre o risco de, a uma certa altura, quando começa o arrefecimento emocional, também haver o arrefecimento sexual. E as pessoas começam quase a fazer um luto [da relação] sem de facto terem sabido trabalhar os seus sentimentos de uma maneira mais tranquila, mas não menos emotiva”, explica Allen Gomes. A intimidade sexual aproxima e reforça laços.

Mas na nossa sociedade, o sexo é muitas vezes separado do espírito. E quando se fala de amor, quase se esquece de falar de sexo. “A uma certa altura, até parece que o sexo fica mal no meio de sentimentos tão nobres... Quando lemos os livros sobre o amor e sobre a paixão, vemos muito pouco sexo. Tem muito sentimento, muita análise minuciosa dos sentimentos e acaba por haver pouco sexo. Como se fosse demasiado banal para fazer parte de uma coisa tão rica”, comenta o sexólogo.

“Uma das principais causas de divórcio é os casais deixarem de fazer amor”, comenta Maria do Céu Santo. “A relação não é só a parte sexual. O objectivo não é ter relações sexuais, mas sim fazer amor. E muitas vezes o que as pessoas têm são relações sexuais.” Na opinião desta ginecologista com formação em sexualidade, manter a actividade sexual é fundamental para o casamento. E para isso é preciso disponibilidade do casal. Não se deve fazer amor por rotina, ao fim do dia, quando já não se tem força nem para puxar o lençol. “A pessoa tem de seduzir o parceiro. Se existir uma predisposição para a sedução, aumenta o estímulo para fazer amor.”

Maria do Céu Santo aponta o dedo crítico às mulheres: “A culpa não é só delas, mas a sexualidade está muito alterada por causa das mulheres. Enquanto namoram e não coabitam com o parceiro, arranjam-se desde a unha do pé até à ponta do cabelo. A pessoa investe na lingerie e na sedução. Depois, quando passa a coabitar, a mulher vai trabalhar muito bem vestida e arranjada, mas chega a casa e veste a t-shirt que não serve para ir para a rua e dorme com a camisa de noite pouco apropriada. Quem as vê bem arranjadas são os maridos das outras. E os nossos, as outras. Mas muitas vezes as mulheres acomodam-se e acabam por só fazer amor quando a relação com o marido já está a ficar alterada. Mas não podemos esquecer que, actualmente, a maioria das mulheres têm actividade profissional e doméstica, e que supermulheres só existem no cinema.” A especialista reconhece, no entanto, que “hoje as mulheres e os homens estão muito mais preocupados com o prazer das mulheres. Não é como antigamente”.

Mas, se a mulher precisa de se empenhar, o homem também. “Uma coisa é certa: já praticamente não há mulher que finja. Fingir sistematicamente acabou. Tem de apetecer. E isso acontece em todos os níveis sociais. É um grande avanço”, sublinha Allen Gomes. “Tudo a nível do casal é muito mais negociado do que antes. Ou há negociação ou o afastamento.”

A sexualidade, portanto, é um problema do casal. E requer investimento. Pelo caminho haverá obstáculos e desencontros, mas o erotismo, a fantasia, o sexo que ultrapassa o puramente biológico tem um papel nesta história, assim como também os objectivos comuns na cama ou fora dela.

“O sexo parece fácil, mas envolve mil coisas. ‘Pobre sexo: ou não se faz e sofre-se ou faz-se e sofre-se mais ainda’”, comenta Allen Gomes. O sexo, biologicamente, é uma coisa muito simples. Mas a biologia não é tudo. Há aspectos sociais e culturais relevantes. Nada vem de bandeja, requer empenho e trabalho. “Mas seguramente vale a pena.”

O fantasma da normalidade não deve ser para aqui chamado.A valorização da normalidade sexual deve muito às aspirações de conformidade social. Ou seja, a forma como as pessoas se sentem e vivem a sua sexualidade resulta muito daquilo que julgam encontrar nos outros, de mecanismos de comparação social. O grau de satisfação pessoal, nestas condições, é frequentemente aferido pelas performances ‘sopradas’ por colegas e amigos. Mas também os media, neste particular, forçam mecanismos impiedosos de comparação social, ao confrontarem pessoas com padrões de uma sexualidade ‘saudável’ que se confunde amiúde com autênticos scripts ficcionais... Mas se uma pessoa se basear exclusivamente nas mensagens da comunicação social, chegará à dramática conclusão de que todos, excepto ela própria, têm a pele, o cabelo e os dentes perfeitos. E também uma sexualidade olímpica”, sublinhou o psiquiatra Manuel João Quartilho no capítulo Sexualidade e Construcionismo Social do livro A Sexologia (Quarteto). A preocupação excessiva com a normalidade pode minar uma relação. Ela deve estar nos laços de amor e cumplicidade do casal, e não fora dele.

arte para manter viva a chama que a rotina e as atribulações do dia-a-dia se esforçam por apagar. Trata-se de um mistério tão fatal como o mito grego do enigma da esfinge – “decifra--me ou devoro-te” – que destroça quem não o conseguir alcançar e compreender. Ou quem prefira deixar o azar encarregar-se do destino da sua paixão. É que o amor pode perder-se se o descurarmos.

Teresa, de 35 anos, ainda se lembra dos primeiros tempos, quando começou a namorar Paulo, o seu marido. Na altura pensava que não era exactamente paixão o que sentia, pois achava que vivia um amor sereno. Mas hoje, voltando atrás no tempo, recorda-se claramente do sabor apimentado do jogo de sedução, o bater do coração cada vez que os seus olhares se cruzavam, a excitação em lembrar e relembrar cada breve conversa que tinham tido e a vontade que sentiam em estar sempre juntos. “Vivíamos num mundo à parte, só nosso. Estávamos juntos dias inteiros e custava-nos a separação. Tanto que, mal começámos a namorar, fomos logo viver juntos. Ele era o homem com quem tinha sempre sonhado e não tenho dúvidas de que eu também era a mulher que Paulo tinha idealizado para ter ao seu lado”, recorda Teresa.

Curar um mal de amor

Uma paixão não correspondida pode despertar o pior que há em nós. E pode durar toda a vida se não fizermos nada. Para a investigadora Helen Fisher, autora do livro Why We Love, o segredo está em tratar o mal como se trata um vício. E recomenda:

l Não lhe telefone ou escreva cartas ou e-mails
l Livre-se das cartas e objectos que lembrem a outra pessoa
l Não se sente para ouvir música. Mexa-se!
l Descubra novos interesses com velhos amigos
l Conheça novas pessoas
l Mantenha-se ocupada
l Pratique exercícios
l Apanhe sol

A paixão deixa-nos num estado similar ao da adição. Foi o que constatou o estudo publicado recentemente no Journal of Neurophysiology liderado pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Rutgers, de Nova Jersey. A investigação esmiuçou – através de ressonância magnética – os circuitos cerebrais de um grupo de homens e mulheres que estavam perdidamente apaixonados, todos a viver relações recentes. O objectivo era ver quais as áreas do cérebro envolvidas e quais os processos biológicos da paixão.

No início, Fisher e a sua equipa pensavam que este tipo de amor, ao qual chamam amor romântico e que caracteriza a fase de exaltação e mesmo obsessão em que se encontram os apaixonados, era apenas uma emoção. Mas o estudo que realizaram foi capaz de determinar que se trata na realidade de um impulso, um impulso básico de acasalamento, que envolve duas áreas muito primitivas do cérebro, zonas que integram os sistemas de recompensa e motivação. Assim, este amor romântico é um instinto como o maternal ou como o impulso sexual – sendo que a paixão é muito mais poderosa e difícil de controlar do que o impulso sexual.

A paixão é como uma droga. A sua química envolve a dopamina, um estimulante natural. Em níveis elevados, esta substância leva a uma forte motivação, a uma atitude extremamente focalizada e a comportamentos dirigidos a objectivos bem determinados. A dopamina está associada à excitação, assim como a níveis elevados de ansiedade e medo. A cocaína, o álcool, a nicotina e a morfina, por exemplo, são drogas que elevam os níveis de dopamina. “Todas as dependências têm uma infra-estrutura dopaminésica.” E depois, como Helen Fisher indica, no amor romântico há uma baixa da serotonina. “E quando isto se apresenta”, explica o psiquiatra e sexólogo Francisco Allen Gomes, “temos todos aqueles fenómenos característicos: o só estar bem quando se está ao pé da pessoa amada, a perda do apetite e do sono, o emagrecimento, o facto de obsessivamente rememorar todos os passos que deram, guardar tudo.”


No consultório

Que motivos levam os portugueses a uma consulta de Sexologia?

l Os homens são movidos pelos grandes temas da sexualidade
l Os que mais procuram as consultas fazem-no por problemas de ejaculação prematura
l A disfunção eréctil é preocupação mais frequente entre os homens mais velhos. Muitas vezes querem contrariar a sexualidade correspondente à sua idade. E contam com bons medicamentos para ajudá-los
l A falta de interesse sexual é a terceira fonte de preocupação para os homens
l A grande maioria das mulheres busca as consultas de Sexologia por falta de apetência sexual
l A dificuldade em alcançar o orgasmo é a segunda preocupação entre aquelas que buscam apoio especializado

E há uma altura certa para que a paixão aconteça? Para Allen Gomes, que é também autor do livro Paixão, Amor e Sexo (Publicações Dom Quixote), é possível identificar alguns estados psicológicos prévios que podem levar algumas atracções a transformarem-se em paixão. É o caso “dos estados de tédio, aborrecimento, falta de realização e falta de satisfação com o dia-a-dia, num terreno que depois proporciona o aparecimento de fantasias, da idealização de uma relação e da idealização de alguém”. O facto de a pessoa estar a viver o fim de uma relação, de ficar magoada, ferida e, ao mesmo tempo, haver um forte desejo de ter uma relação diferente é outra hipótese apontada pelo especialista como terreno propício ao aparecimento da paixão.

As relações nascem das formas mais variadas. Podem surgir a partir de uma amizade, de um conhecimento ou podem ser o passo seguinte a uma aversão inicial que inclusive afastou inicialmente as duas pessoas. Mas o amor à primeira vista é sem dúvida o que mais encanta os clássicos românticos. Para Francisco Allen Gomes, isto nada mais é do que pura atracção sexual. “Vocês viram uma pessoa, não sabem quem é, nunca falaram com ela, não sabem se é bom, se é mau, se se coaduna ou não, se vale ou não a pena. Entretanto, tiveram a percepção: este é o homem da minha vida. Isso é sexo! É uma atracção física. Depois, a partir deste fenómeno de atracção, pode haver uma continuação e aparecer o estado de paixão.”

Mas a escolha do parceiro tem mais a ver com aquilo que vamos construindo à medida que crescemos. É o resultado das nossas experiências pessoais, do que aprendemos com os nossos pais, daquilo que nos marcou ao longo do nosso desenvolvimento, do ambiente que nos envolveu e dos valores que nos foram transmitidos. Enfim, milhões de infinitos aspectos que, reunidos, nos levam a escolher uma pessoa e não outra.

Na realidade, andamos à volta de pessoas como nós e muitos tendem a apaixonar-se por pessoas do mesmo grupo étnico, social, religioso, educacional e económico. É o que sugere Helen Fisher.
E hoje já não buscamos o homem ou a mulher ideal. De acordo com o sociólogo britânico Anthony Giddens, o que as pessoas procuram agora é a relação ideal. Um estudo realizado por um chat espanhol de encontros, da Internet, chegou à conclusão de que as pessoas, mais do que de uma paixão, estavam à espera de alguém com quem de facto tivessem uma relação ideal. Alguém com quem pudessem conversar e dialogar. De acordo com os investigadores espanhóis, afinal não são os extremos que se atraem, o que se quer é a alma gémea.

Para Francisco Allen Gomes, encontrar a pessoa ideal na Internet pode ser traiçoeiro. “Enquanto estão no espaço virtual, a pessoa em questão pode ser ideal. Depois, quando chega a altura de passar para o real, pode acontecer como acontece todos os dias, ou seja, a pessoa pensar: ‘Este tipo é fantástico, formidável... eh, pá!, mas não tem química.’ Quantas vezes se diz isso? E vamos ter química logo por aquele que não interessa...”

As mulheres e o sexo

A vida sexual da mulher pode dividir-se em três fases: adolescência, idade reprodutora e menopausa. E as alterações da sexualidade são diferentes em cada uma destas fases. É o que explica a ginecologista Maria do Céu Santo.

l Estas alterações da sexualidade dividem-se em quatro grupos: desejo, excitação, orgasmo e dor genital
l Na adolescência, o desejo, o orgasmo e a dor vaginal podem estar alterados.
O desejo, por histórias desagradáveis em relação ao acto de fazer amor; o orgasmo, porque sendo essencialmente por estimulação directa ou indirecta do clítoris, é por vezes difícil a sua estimulação, com penetração, devido à falta de prática; e a dor vaginal, por secura: “A excessiva lavagem contribui para que esta região fique demasiado seca”
l Na idade reprodutora, o desejo é o mais afectado. É frequente a mulher afirmar que não lhe apetece
l Na menopausa, o orgasmo pode estar alterado, aumentado ou diminuído, dependendo das mulheres. Como há uma atrofia, às vezes a gordura, o tecido adiposo reduz, e as terminações nervosas ficam mais à superfície, o que pode aumentar a intensidade do orgasmo em cerca de 20 por cento das mulheres.
Em 80 por cento, como o colagénio e o clitóris atrofiam, têm diminuição do orgasmo e podem sentir dor genital. Hoje em dia, existe a terapêutica hormonal de substituição (estrogénios e tibulona), ou isoflavonas

Transformar os amigos em paixões seria a situação ideal, na opinião do sexólogo. “Muitas vezes estas relações de amizade, a certa altura, têm componentes eróticas que voluntariamente as pessoas reprimem, com medo de estragar a amizade”, explica Allen Gomes. “Aquelas relações óptimas que às vezes se estabelece, de grande intimidade, cumplicidade e de grande prazer de estar com o outro, se ganham uma componente erótica, podem dar origem a uma grande relação amorosa.” As mulheres conseguem mais facilmente erotizar uma relação de amizade do que os homens. “Provavelmente porque valorizam muito todo o aspecto de comunicação, de intimidade, o acto de conversar, de falar sobre elas, sobre os seus sentimentos e de ouvir falar sobre os sentimentos do outro. E isso, a certa altura, pode criar um estado interno muito rico”, sublinha o especialista.

Na verdade, a química da paixão analisada no estudo de Helen Fisher activa diferentes partes do cérebro do homem e da mulher. No cérebro feminino, as partes mais envolvidas são as relacionadas com as emoções e com a memória. A antropóloga americana encontra explicação no facto de a mulher, desde os primórdios, não só ter dado à luz como ter sido a principal responsável pela sobrevivência dos filhos. Ela e a criança precisavam de protecção e sustento. Assim, o que era conveniente era escolher o parceiro com base na lembrança do que este lhe deu, proporcionou e prometeu no âmbito da segurança e sobrevivência. Nos homens, por sua vez, a actividade principal passa-se nas áreas do cérebro associadas ao estímulo visual e à erecção do pénis. De acordo com Helen Fisher, o homem ancestral precisava assegurar-se de que a mulher era jovem e saudável, capaz de gerar descendentes.

E o estudo mostrou ainda que os homens se apaixonam mais rapidamente do que as mulheres.

Mas o entusiasmo da paixão não dura muito. Nem pode durar. É extremamente desgastante e seria física e intelectualmente insustentável se se prolongasse indefinidamente. “A paixão dura, em média, de 6 meses a 2 anos, se for correspondida. E depois vira amor ou pesadelo. Porque, às vezes, o príncipe por quem nos apaixonámos vira sapo. E vice-versa. O que é preciso é saber fazer a conversão da paixão para o amor”, comenta Maria do Céu Santo, ginecologista, membro da Sociedade Portuguesa de Andrologia.

“Enquanto a temperatura está alta, as diferenças entre os apaixonados são perfeitamente arrasadas”, observa Allen Gomes. “Depois, quando a água começa a assentar, as diferenças começam a aparecer e, com elas, as primeiras desilusões, os primeiros desencantos.” E não é a pessoa que temos na nossa frente que muda, nós é que mudamos quando a tempestade da paixão aplaca. Quantos romances não vemos terminar quando passa o entusiasmo inicial? Basta folhear as revistas do coração para ver. Há mesmo quem não consiga abrir mão da excitação da paixão, saltando de romance em romance enquanto estes são puro êxtase. Estefânia do Mónaco que o diga!

Passar de paixão a amor nem sempre é um acto fácil. “Penso que este é o grande momento. E daí eu dar uma grande ênfase ao sexo. Ao sexo na sua perspectiva rica, como erotismo, como uma coisa elaborada, e não propriamente o sexo que acompanha a paixão, pois todo ele é eminentemente físico, tempestuoso, e não há tempo para o próprio erotismo. Portanto corre o risco de, a uma certa altura, quando começa o arrefecimento emocional, também haver o arrefecimento sexual. E as pessoas começam quase a fazer um luto [da relação] sem de facto terem sabido trabalhar os seus sentimentos de uma maneira mais tranquila, mas não menos emotiva”, explica Allen Gomes. A intimidade sexual aproxima e reforça laços.

Mas na nossa sociedade, o sexo é muitas vezes separado do espírito. E quando se fala de amor, quase se esquece de falar de sexo. “A uma certa altura, até parece que o sexo fica mal no meio de sentimentos tão nobres... Quando lemos os livros sobre o amor e sobre a paixão, vemos muito pouco sexo. Tem muito sentimento, muita análise minuciosa dos sentimentos e acaba por haver pouco sexo. Como se fosse demasiado banal para fazer parte de uma coisa tão rica”, comenta o sexólogo.

“Uma das principais causas de divórcio é os casais deixarem de fazer amor”, comenta Maria do Céu Santo. “A relação não é só a parte sexual. O objectivo não é ter relações sexuais, mas sim fazer amor. E muitas vezes o que as pessoas têm são relações sexuais.” Na opinião desta ginecologista com formação em sexualidade, manter a actividade sexual é fundamental para o casamento. E para isso é preciso disponibilidade do casal. Não se deve fazer amor por rotina, ao fim do dia, quando já não se tem força nem para puxar o lençol. “A pessoa tem de seduzir o parceiro. Se existir uma predisposição para a sedução, aumenta o estímulo para fazer amor.”

Maria do Céu Santo aponta o dedo crítico às mulheres: “A culpa não é só delas, mas a sexualidade está muito alterada por causa das mulheres. Enquanto namoram e não coabitam com o parceiro, arranjam-se desde a unha do pé até à ponta do cabelo. A pessoa investe na lingerie e na sedução. Depois, quando passa a coabitar, a mulher vai trabalhar muito bem vestida e arranjada, mas chega a casa e veste a t-shirt que não serve para ir para a rua e dorme com a camisa de noite pouco apropriada. Quem as vê bem arranjadas são os maridos das outras. E os nossos, as outras. Mas muitas vezes as mulheres acomodam-se e acabam por só fazer amor quando a relação com o marido já está a ficar alterada. Mas não podemos esquecer que, actualmente, a maioria das mulheres têm actividade profissional e doméstica, e que supermulheres só existem no cinema.” A especialista reconhece, no entanto, que “hoje as mulheres e os homens estão muito mais preocupados com o prazer das mulheres. Não é como antigamente”.

Mas, se a mulher precisa de se empenhar, o homem também. “Uma coisa é certa: já praticamente não há mulher que finja. Fingir sistematicamente acabou. Tem de apetecer. E isso acontece em todos os níveis sociais. É um grande avanço”, sublinha Allen Gomes. “Tudo a nível do casal é muito mais negociado do que antes. Ou há negociação ou o afastamento.”

A sexualidade, portanto, é um problema do casal. E requer investimento. Pelo caminho haverá obstáculos e desencontros, mas o erotismo, a fantasia, o sexo que ultrapassa o puramente biológico tem um papel nesta história, assim como também os objectivos comuns na cama ou fora dela.

“O sexo parece fácil, mas envolve mil coisas. ‘Pobre sexo: ou não se faz e sofre-se ou faz-se e sofre-se mais ainda’”, comenta Allen Gomes. O sexo, biologicamente, é uma coisa muito simples. Mas a biologia não é tudo. Há aspectos sociais e culturais relevantes. Nada vem de bandeja, requer empenho e trabalho. “Mas seguramente vale a pena.”

O fantasma da normalidade não deve ser para aqui chamado. “A valorização da normalidade sexual deve muito às aspirações de conformidade social. Ou seja, a forma como as pessoas se sentem e vivem a sua sexualidade resulta muito daquilo que julgam encontrar nos outros, de mecanismos de comparação social. O grau de satisfação pessoal, nestas condições, é frequentemente aferido pelas performances ‘sopradas’ por colegas e amigos. Mas também os media, neste particular, forçam mecanismos impiedosos de comparação social, ao confrontarem pessoas com padrões de uma sexualidade ‘saudável’ que se confunde amiúde com autênticos scripts ficcionais... Mas se uma pessoa se basear exclusivamente nas mensagens da comunicação social, chegará à dramática conclusão de que todos, excepto ela própria, têm a pele, o cabelo e os dentes perfeitos. E também uma sexualidade olímpica”, sublinhou o psiquiatra Manuel João Quartilho no capítulo Sexualidade e Construcionismo Social do livro A Sexologia (Quarteto). A preocupação excessiva com a normalidade pode minar uma relação. Ela deve estar nos laços de amor e cumplicidade do casal, e não fora dele.

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